Auto-análise
Se eu deitar num divã,
encontarei meu ego,
olhando firme, pra mim,
só quer me ver esse cego.
Me deparar, vejam só, com as coisas que sempre nego.
De sentir amargor na fruta doce que pego.
Decastigar a lembrança, com imagens que renego.
De só gostar do que tenho, quando ao desprezo relego.
Se eu deitar num divã,
perceberei meu ego,
zombando de mim:
- Depois eu que sou cego!
(Naura Vieira)
Poema no ônibus de Porto Alegre
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Mara