O tempo pode apagar a lembrança de um rosto,
mas nunca a de alguém
que soube fazer de um pequeno instante
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quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Porque os amores se perdem...



O mais difícil de entender quando os amores acabam, são os porquês.
Por que duas pessoas que se encontraram e se encantaram, viveram um amor que parecia indestrutível, se separam?
Por que o amor geralmente acaba de um lado só e é o outro que fica chorando e querendo entender as razões?
Amores deveriam ser eternos, mas nem sempre são.
Costumo comparar casais a chave e fechadura. Nem toda chave abre todas as portas e é necessário encontrar aquela exata que vai se encaixar perfeitamente e tudo será possível.
Mas a gente acredita que cada vez que alguém toca nosso coração e entra, que é definitivo.
Um casal que se apaixona de início, sem que um tenha tido o tempo de desnudar o outro nas suas verdades, acredita nessa chama e até briga por ela muitas vezes.E cria-se sonhos, planeja-se o futuro...
Enquanto isso os dias vão passando, toma-se menos cuidado em manter a magia e a parte dos dois que é mais sonhadora começa a sentir-se incomodada. Dá medo.
Medo de ter que olhar bem nos olhos da realidade e dizer: Acabou!
Medo de ter que se confessar a si próprio que ainda não foi aquela vez! Medo da solidão, de ter que recomeçar...
Não são as decepções que matam o amor. Se assim fosse, não existiriam perdões e reconciliações.
O que mata o amor é simplesmente a tomada de consciência de que o outro não é o ser sonhado.
É como acordar depois de um longo sono e lindos sonhos. O outro está ali, é a mesma pessoa, mas aquela neblina que dava a impressão de irrealidade já não mais existe. E isso não acontece da noite para o dia,como se costuma pensar. É algo que vem com os dias, os hábitos, as monotonias. Um percebe, o outro não.
Um começa a se sentir angustiado e o outro continua acreditando ou finge que acredita.
E quando a gota que faz transbordar o vaso chega é o mundo todo que desmorona.
Porém, tudo não fica definitivamente perdido.
Sobra de um lado a dor, e os porquês,
um resto de amor que teima em ficar no fundo coração.


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