Não sei amar pela metade;
nunca soube.
Aliás, não se trata só de amor,
mas de qualquer tipo de sentimento.
Não sinto nada mais ou menos,
ou eu gosto ou não gosto.
Não sei sentir em doses homeopáticas.
Preciso e gosto de intensidade,
mesmo que ela seja ilusória
e se não for assim,
prefiro que não seja.
Não me apetece viver histórias medíocres,
paixões não correspondidas
e pessoas água com açúcar.
Não sei brincar e ser café com leite.
Só quero na minha vida
gente que transpire adrenalina de alguma forma,
que tenha coragem suficiente pra me dizer o que sente antes,
durante e depois
ou que invente boas estórias
caso não possa vivê-las.
Porque eu acho sempre muitas coisas
- porque tenho uma mente fértil e delirante -
e porque posso achar errado
- e ter que me desculpar -
detesto pedir desculpas
embora o faça sem dificuldade
se me provarem que eu estraguei tudo
achando o que não devia.
Quero grandes histórias e estórias;
quero o amor e o ódio;
quero o mais,
o demais
ou o nada.
Não me importa o que é de verdade
ou o que é mentira,
mas tem que me convencer,
extrair o máximo do meu prazer
e me fazer crêr que é para sempre
quando eu digo convicta
que "nada é para sempre".
Porque só assim
eu me divirto
e é só isto que me interessa
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